O desenvolvimento oral durante a infância pode não ser tão simples. Como consequência, as famílias podem observar atraso na fala dos pequenos. Nesse sentido, a pandemia de Covid-19 pode ser sido um agravante, já que a socialização diminuiu bastante.
Uma a cada quatro crianças entre três e quatro anos voltaram a ter comportamentos de quando eram mais novas, segundo um estudo da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal (FMCSV). A pesquisa foi feita com base na percepção dos pais.
Tendo esse cenário em vista, é indispensável ficar atento aos sinais e buscar ajuda profissional. Neste artigo, entenda quais as principais causas e sintomas de atraso na fala dos pequenos.
Sinais de atraso na fala dos pequenos
Desde seu nascimento, o bebê se comunica. O choro é um exemplo claro disso. A partir dos dois anos, é quando os pequenos começam a falar suas primeiras palavras. Já aos três, eles conseguem formar frases mais completas e com sentido.
Por volta dos cinco anos, a fala é bastante parecida com a de um adulto. Claro que cada criança tem o seu próprio ritmo de desenvolvimento. Mas, quando o processo é mais demorado, pode ser um fator de alerta para os pais. Por isso, preste atenção aos sinais a partir dos dois anos:
- Dificuldades de compreensão do que está sendo dito ou solicitado
- Criança que não tenta imitar sons e falas
- Não conseguem produzir frases, ainda que curtas
- Tem dificuldades de se expressar verbalmente
- Prefere fazer gestos do que falar
Possíveis causas de dificuldades na fala
Se a escola é um dos ambientes em que as crianças mais se desenvolvem, não é surpresa que a pandemia tenha afetado o seu comportamento. Afinal, elas deixaram de conviver com outras crianças, passaram mais tempo em casa e tiveram menos momentos de socialização.
E uma das causas da dificuldade do desenvolvimento oral é justamente a falta de estímulos. Mas, a verdade é que os sinais de atraso na fala dos pequenos são bastante variados. Por isso, listamos os principais a seguir:
Falta de estímulos
O primeiro fator que pode causar atraso na fala é, na realidade, algo bastante simples: a ausência de estímulos. Em qualquer aspecto do seu crescimento, as crianças precisam ser estimuladas. E com o desenvolvimento da fala não é diferente.
Por isso, é bem importante estar presentes no desenvolvimento da fala dos filhos. Isso inclui atividades como ler histórias, cantar e brincar de faz de conta. O importante é que a brincadeira seja o incentivo para a pronúncia das primeiras palavras.
Dificuldades auditivas
A capacidade auditiva tem total conexão com o desenvolvimento da fala. Então, até mesmo uma perda auditiva leve já pode ser motivador da dificuldade.
Por essa razão, caso haja suspeita, é importante procurar um pediatra ou otorrino para avaliação profissional.
Sintomas do autismo
O atraso na fala dos pequenos pode ter origem neurológica. É o caso de crianças com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). A dificuldade de desenvolver a linguagem, bem como se expressar de forma verbal e não-verbal são características do autismo.
Transtorno de Desenvolvimento de Linguagem (TDL)
É o nome dado a dificuldade que uma criança tem de desenvolver a fala e a linguagem, sem motivos aparentes. Isto é, não tem relação com causas genéticas, neurológicas ou perda auditiva.
Nesse contexto, o TDL tende a impactar o processo de aprendizagem, como a alfabetização, até a socialização e relacionamento dessas crianças.
Apraxia da fala
Nesse caso, trata-se de um distúrbio motor que resulta em erros na produção de som. Em outras palavras, é a incapacidade de programação dos movimentos dos músculos que permitem a fala: boca, língua e mandíbula.
Buscar ajuda profissional é essencial
Se você tem notado atraso na fala do seu filho, não hesite em procurar ajuda de um profissional. Nesse aspecto, na maioria das vezes, o fonoaudiólogo é o especialista que trata atrasos na fala dos pequenos. Entretanto, o acompanhamento multidisciplinar também pode ser recomendado.
O olhar de quem entende do assunto é imprescindível para encontrar as origens da dificuldade e solucioná-la. A análise pode exigir tempo e paciência dos pais. Mas, quanto mais cedo o diagnóstico, antes a criança inicia o tratamento e pode evoluir no desenvolvimento da fala.